Venezuela, um paraíso a ser descoberto.Dando inicio a uma serie de reportagem sobre diversos países da nossa América o Portal Guaçuano inicia uma grande reportagem do Professor, Fernando Teruel que sempre está atualizando seus conhecimentos nestas viagens aos nossos países da America.Gentilmente o Professor Fernando Teruel nos presentou contanto um breve relato das suas viagens começando pela Venezuela.Aguarde em breve um novo país.
Dificilmente encontramos pessoas da nossa região que tenham viajado para a Venezuela. Os motivos são os mais diversos, que vão desde a dificuldade em se encontrar informações turísticas confiáveis até os altos índices de criminalidade em diversos pontos do país. Mas, conhecer a Venezuela, pode ser uma opção barata e interessante a todos os brasileiros. No país você encontra diversas opções turísticas, como compras, passeios ecológicos, passeios históricos e praias, é claro, já que a Venezuela você está no início do mar do Caribe, com águas calmas e cristalinas, em uma variedade de cores inimagináveis.
Quem vai a Venezuela tem como ponto de partida e parada quase que obrigatória a Isla Margarita, uma ilha que de tão grande chega a dar a impressão de estar ligada ao continente. A partir de Caracas pode-se chegar à ilha em voos domésticos, a um preço que varia de 30 a 100 dólares. Na ilha você encontra boas opções de praias, além de passeios que encantam a todos os visitantes. Quem vai às compras, o local é excelente. Por tratar-se de uma área de livre comércio, na ilha você encontra produtos locais e importados a um preço bem acessível, mas cuidado, nas barracas montadas nas ruas você pode estar levando gato por lebre. Compre sempre em lojas e solicite o seu recibo.
Outro ponto de interesse na Isla Margarita são as pérolas, que em espanhol chamam-se ‘perlas’. Por serem cultivadas, você as encontra a um preço muito atrativo, sendo um ótimo suvenir para trazer ao Brasil e presentear quem você gosta. Um brinco de pérolas custa, em média, R$ 25,00. E sem preconceitos, já que cerca de 90% do comércio mundial de pérolas ocorre pela venda de pérolas cultivadas. A diferença está no fato de que as ostras são mantidas em cativeiro e, neste local, grãos de areia são inseridos no tanque onde elas se encontram. A partir daí é só esperar, e esperar um bom tempo.
Em Margarita você encontra como opção se hospedar em resorts com o sistema ‘all incluse’, que garantem ao visitante todas as refeições do dia e bebidas locais, inclusive as alcoólicas. Os preços das diárias variam de 50 a 89 dólares.
Para quem visita a Venezuela, outro ponto interessante é a cidade de Mochima com suas praias de água cristalina, ainda mais claras que em Margarita. A melhor opção para se conhecer o local é tomando um ferry de Margarita até Puerto la Cruz ou Cumaná e, a partir destes pontos, contratar serviços de táxi ou ônibus. Mochima possui praias surpreendentes, onde é possível a realização de mergulho com snorkel ou mergulho com cilindro. Se você não sabe nadar, não se desanime, pois é possível mergulhar com os peixes na beira das praias, fazendo o uso, apenas, de snorkel.
O transporte em outros países sempre gera dúvidas, mas é fácil identificar quando um serviço é bem estruturado. De avião, a locomoção é mais rápida, mas o embarque pode demorar horas. A melhor opção são os ônibus, conhecidos por lá como ‘autobuses’. Viajam geralmente à noite e possuem um preço muito interessante. Você pode chegar de um ponto a outro no país por cerca de R$ 50,00. Vale uma dica: os venezuelanos adoram ar-condicionado e, por isso, é necessário que você sempre porte algum tipo de casaco ou passará muito frio durante a viagem (descobri isso a duras penas).
As opções não param por aí, você pode encontrar belíssimas ilhas, chamadas ‘cayos’ no Parque Nacional de Morrocoy, tendo como melhor opção de hospedagem a cidade de Chichiriviche, de onde partem as lanchas. O serviço é bem estruturado e você compra o tíquete das lanchas no píer local em um sistema leva-e-traz, a um preço tabelado. Só cabe ao visitante combinar a melhor hora de retorno. As ‘cayos’ estão à 10 minutos – a mais próxima – e cerca de 1 hora – a mais distante. Esse ponto da Venezuela é imperdível.
Depois de um longo passeio pelas praias, você não pode deixar de conhecer as cidades históricas que o país possui. De imediato indica-se uma passadinha por Tovar, uma cidade de colonização alemã sobre a Cordilheira dos Andes, onde é possível encontrar um misto da cultura alemã e venezuelana, com bons pratos, boas músicas e, resumindo, ótima cultura. Um ou dois dias é o suficiente para conhecer a cidade, o que é ótimo, pois esta é uma das mais caras a se conhecer, pois alimentação e hospedagem são um pouco salgadas, no preço, não no sabor. Mas não se preocupe, já que conhecer Tovar cabe no bolso de todos os brasileiros.
Para finalizar a sua viagem você pode (e deve) conhecer Caracas. Há pessoas que vão à Venezuela e não conhecem a sua capital. É como ir a Roma e não ver o papa (risos). A cidade é muito limpa e organizada, apesar do grande número de favelas que é possível ver. Não se assuste, pois, Caracas é uma São Paulo menor, com cerca de 5 milhões de habitantes. Para conhecer a cidade, a melhor opção é o sistema de metrôs, que custa ao passageiro poucos centavos de real. Com o uso do metrô você conhece quase todos os pontos da cidade. O sistema é moderno e bem mais organizado que o sistema paulista, por exemplo.
Em Caracas não deixe de fazer o passeio de teleférico, já que este sobe cerca de mil metros de altura, em um ponto onde é possível observar, de um lado, a cidade de Caracas e, de outro, o mar do caribe, com suas águas de maravilhosa cor azul – isso se o tempo permitir – é melhor fazer este passeio logo pela manhã. No alto da montanha onde se localiza o teleférico é quase ideia certa tomar um chocolate-quente produzido com o cacau venezuelano, de ótima qualidade. É obrigatório, também, provar o ‘fresa com crema’, que é uma sobremesa típica local, onde é possível degustar um delicioso prato – nesse caso, copo – de morango com pêssego em calda e chantili.
Outros pontos de interesse no país são o Salto Angel, a maior queda d’água do mundo, com quase mil metros de altura e a cidade de Mérida, onde é possível encontrar as montanhas com neve em quase todos os meses do ano.
Em Mérida está o teleférico mais extenso do mundo, que atualmente encontra-se fechado para manutenção, sem previsão de reabertura.
Se você se sentiu atraído em conhecer a Venezuela, não pense duas vezes, pois o país é um dos mais interessantes da América do Sul a se conhecer. Nas suas próximas férias faça as malas com destino à Venezuela.
CÂMBIO E TÁXIS
O câmbio de dinheiro para o Bolívares Fortes (moeda local) só é vantajoso a partir de dólares e, por isso, nada de levar reais, pois, assim, sua viagem poderá sair bem mais cara. Isso ocorre já que a procura de dólares no país é maior que a de reais. Outra opção e a mais viável é o chamado de câmbio negro, onde você troca seus dólares a um valor superior ao praticado nas casas de câmbio oficial. Acontece que isso tornou-se frequente uma vez que o governo venezuelano controla a compra e venda de dólares no país. Para se ter uma noção, em uma casa de câmbio cada dólar chega a valer BsF. 4,50, enquanto que no câmbio negro o mesmo dólar vale BsF. 15,00 a 17,00.
Quanto ao uso de táxis é bom estar atento, principalmente na capital. Tome apenas táxis oficiais, e no aeroporto, procure o guichê da cooperativa de táxis para adquirir seu translado do aeroporto ao hotel. Essa atitude pode evitar desconfortos ao turista.
SERVIÇO
Voos partindo de Guarulhos em direção a capital, Caracas, custam em média R$ 1.300,00 (sem taxas), operados regularmente por Gol e Tam. A Avianca também faz o percurso por um preço um pouco menor realizando, sempre, uma parada em Bogotá (Colômbia). Outra opção viável é a troca de pontos e milhas aéreas pela Tam ou Gol, já que uma passagem até Caracas custa de 15 a 30 mil pontos, mais taxas.
Fernando Teruel, de Mogi Mirim, é professor de geografia (f.teruel@yahoo.com.br)
Fotos:Fernado Teruel