Mais uma vez colaborando com o Portal Guaçuano o Professor Ándre de Oliveira e Coordenador da Intersindical Mogiana.
Escreve sobre um Tema que foi noticiado na Imprensa da nossa cidade e foi um assunto bastante comentado por diversas pessoas.
No seu Artigo ” Especulação Imobiliária ” o Professor Ándre de OLiveira vai analisar o assunto de uma forma bem explicativa e que vai ajudar a todos a entender melhor o Tema.
ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA
O que é a especulação imobiliária, o que ela pode ocasionar para uma cidade e como ela ocorre?
Em termos gerais, a especulação imobiliária, de acordo com Campos Filho, é uma forma pela qual os proprietários de terra recebem uma renda transferida dos outros setores produtivos da economia, especialmente através de investimentos públicos na infraestrutura e serviços urbanos.
A especulação imobiliária corresponde então à interferência do poder público, que promove melhorias em determinadas áreas, valorizando o local para que o mesmo posteriormente seja aproveitado pela iniciativa privada, gerando lucro para os especuladores.
Geralmente os governos direcionam benefícios a um determinado local como: água, esgoto, energia, serviços urbanos, creches, escolas, grandes equipamentos urbanos, além de melhorias realizadas nas condições de acessibilidade como a abertura de vias, pavimentação, sistema de transporte, entre outros, agregando um maior valor à área em questão. Esse processo é injusto, pois os proprietários dessas áreas não investem basicamente nada, a não ser o IPTU que é obrigatório.
Observamos que, no centro da cidade de Mogi Guaçu, temos dois grandes loteamentos que, provavelmente, serão comercializados com um alto valor considerando a privilegiada localização. Um deles, em frente à FEG, e o outro na Avenida Padre Jaime próximo a Faculdade Mogiana. Consequentemente serão adquiridos por indivíduos da cidade e da região pertencentes à classe que já usufrui de comodidades proporcionadas pelo seu poder econômico. Dirão alguns que nada há de errado, mas deixo uma pergunta: por que as casas populares são sempre construídas nas periferias da cidade, geralmente sem muita infraestrutura como linhas de ônibus, posto de saúde, escolas e acesso fácil?
Temos que ter programas de habitação. No entanto, esses programas não devem levar em consideração somente as questões financeiras, mas a questão humana primordialmente, pois não estamos tratando com máquinas e sim com seres humanos que merecem respeito e dignidade.
Critérios econômicos determinando a ocupação urbana em detrimento daqueles que mais precisam do poder público representam uma total inversão do que se pensa serem as prioridades.
Professor André Luiz de Oliveira
Coordenador Intersindical Mogiana