O Brasil enfrenta um aumento alarmante nos casos de febre do Oropouche, uma arbovirose transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses, o país já contabiliza 7.653 casos em 2024, com duas mortes confirmadas e novos relatos de transmissão vertical – quando o vírus é transmitido da mãe para o bebê. As regiões Norte e Nordeste concentram a maioria das infecções, com destaque para o Amazonas, que lidera o ranking com 3.228 casos.
Dentre os estados que registraram óbitos pela doença, a Bahia se destaca, com duas mortes confirmadas em mulheres jovens que não apresentavam comorbidades e manifestaram sintomas semelhantes aos da dengue grave. Além disso, o Ministério da Saúde investiga pelo menos oito casos de transmissão vertical em Pernambuco, Bahia e Acre, com relatos de anomalias congênitas, como microcefalia, e até mortes entre recém-nascidos.
A febre do Oropouche é uma preocupação crescente para autoridades de saúde em todo o país, especialmente em áreas com alto acúmulo de materiais orgânicos, ambientes favoráveis para a proliferação do mosquito transmissor. A recomendação é que a população mantenha seus quintais limpos, evitando o acúmulo de lixo orgânico e folhas, além de adotar medidas preventivas como o uso de roupas compridas e sapatos fechados em locais com alta concentração de insetos.
No Ceará, a Secretaria de Saúde investiga a possível associação de um óbito fetal com a febre do Oropouche, o que destaca ainda mais a necessidade de um plano de ação nacional para enfrentar a disseminação do vírus. Segundo a secretária de Saúde do estado, Tânia Coelho, 60% das doenças infecciosas em humanos são causadas por animais ou insetos, reforçando a importância de medidas preventivas e vigilância contínua para mitigar o impacto da febre do Oropouche.