Ao longo do ano de 2019, a economia brasileira vinha ganhando tração. O mercado de trabalho estava melhorando e o desemprego seguia em trajetória de queda. Essa dinâmica virtuosa foi interrompida pelo choque provocado pela Covid-19.
O resultado do PIB no 1º trimestre de 2020, divulgado nesta sexta-feira (29/5) pelo IBGE, já dá sinais dos primeiros impactos do novo coronavírus sobre a atividade econômica. O PIB recuou 1,5% frente ao trimestre anterior, resultado do desempenho ruim dos serviços e da indústria, que caíram 1,6% e 1,4%, respectivamente. A agropecuária, por sua vez, foi o destaque positivo e cresceu 0,6% no trimestre. Apesar do cenário adverso, os investimentos cresceram expressivos 3,1% no trimestre, puxados pelos investimentos em máquinas e equipamentos, o que é mais uma prova de que estávamos em processo de retomada.
O maior impacto da crise da Covid-19, no entanto, será sentido no 2º trimestre. Isso não significa que não há nada que possamos fazer. O trimestre ainda não terminou, temos todo o mês de junho pela frente e devemos ampliar os esforços para apoiar as empresas e famílias. Garantir a oferta de crédito é essencial neste momento, dando fôlego para atravessarmos este período de turbulência e garantir a manutenção do emprego e do consumo. As linhas de crédito criadas até o momento foram no sentido correto, mas é necessário aumentar o seu alcance e garantir que cheguem àqueles que realmente precisam.
Sem dúvida, temos um ano desafiador pela frente. Mas com planejamento, coordenação e a adoção das medidas corretas conseguiremos atravessar mais essa crise e retomar a trajetória de crescimento e geração de empregos e renda de que o país tanto necessita.
Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp