Quem nunca se sentiu perdido, às vezes, sem saber ao certo o que fazer? Sem rumo e desanimado com os caminhos que a sua vida tomou? É exatamente sobre isso que o filme “O Palhaço”, do ator e diretor Selton Mello, discute de uma forma suave e extremamente sensível. E esse será o filme exibido na 20ª edição do Espaço Encena, que acontece no sábado, dia 29, a partir das 14 horas no auditório do Hospital 22 de Outubro.
O longa, de 2011, dirigido, escrito, produzido e encenado por Selton Mello, fala da vida, das ambições, dos sonhos e das possibilidades através das histórias dos palhaços Pangaré e Puro Sangue. Porém, o sorriso pintado no rosto não reflete o que se passa dentro do artista, que desiste do circo para sair em busca de um novo sentido para sua vida, aposentando o palhaço Pangaré e vivendo, apenas, como Benjamin (Selton Mello).
Assim, ao buscar respostas para quem ele realmente é, Benjamin idealiza outras alternativas para a sua real essência, passando a buscar formas de preencher o seu vazio interno. Ao conceber a ideia de “O Palhaço”, Selton Mello disse ter se baseado em uma fase desacreditada de sua própria carreira. O filme funciona como uma alegoria sensível e suave sobre as fases difíceis da vida, pelas quais todos estamos sujeitos a passar.
Com cenas que fazem lembrar O Sétimo Selo (1957) de Bergman, A Estrada da Vida (1954) de Fellini e Macunaíma (1969), obra-prima de Mário de Andrade – adaptado para o cinema por Joaquim Pedro de Andrade –, “O Palhaço” é uma adorável menção ao ser humano disposto a tudo para ser feliz mesmo que pareça uma proposta muitas vezes inatingível.
O Espaço Encena acontece mensalmente, no último sábado de cada mês, sempre às 14 horas no auditório do Hospital 22 de Outubro, e conta com o apoio do SICOVAMM. Nessa edição, a discussão sobre o filme será realizada pela psicóloga e professora da Faculdade Municipal Franco Montoro, Alexandra Fernandes Azevedo e pelo psiquiatra Helton Andrade.